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Tabagismo

  • Foto do escritor: José Lurker
    José Lurker
  • 11 de out. de 2023
  • 3 min de leitura

Atualizado: 20 de mai. de 2024

O cigarro é uma das drogas mais aditivas que existem e acredita-se que, semelhante ao álcool, possa ser uma porta de entrada para o uso de outras substâncias. Boa parte das vezes a pessoa começa a fumar na adolescência e o hábito acaba se mantendo por décadas. Pode-se usar as expressões dependência à nicotina ou adicção ao tabaco.

Considera-se que o tabaco é a dependência mais comum nos EUA. O CID XI, que é a atual classificação internacional de doenças, tem 8 ítens relacionados ao tabagismo, passando a ser visto não somente como um fator de risco, mas um estado patológico em si. Pode-se afirmar que o Tabagismo preenche critérios de dependência em uma parte expressiva dos fumantes (até 80% !) , pela dificuldade em parar de fumar, sintomas de abstinência, tolerância e a manutenção do uso mesmo frente à consequências nocivas. Embora a nicotina seja a principal substância aditiva presente no cigarro, existem várias outras substâncias que contribuem para a dependência.


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Tabagismo e doenças

O cigarro está ligado à uma série de doenças, sendo considerado o maior fator modificável em relação à prevenção de diversas enfermidades: doenças cardíacas como o infarto e a angina, problemas pulmonares como enfisema, bronquite crônica (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica - DPOC) e câncer de pulmão; comprometimento da saúde oral ; câncer de boca, de cabeça e pescoço e esôfago; câncer de bexiga; provavelmente câncer de pâncreas e mama; além de coisas mais prosaicas como envelhecimento precoce da pele e ser um dos fatores de risco para osteoporose. O risco de câncer de aparelho digestivo pode ser magnificado pelo uso do álcool e é importante saber que cerca de 80% dos alcoólicos fumam. Não se pode afirmar que o tabagismo é uma doença familiar, mas a noção de que as pessoas podem adoecer pela convivência com um fumante é universalmente aceita e conhecida como Tabagismo Passivo.

Parar tudo de uma vez não dá...

"internação em ambientes assistidos para entrar em abstinência. Existem divergências em relação ao tema, mas, segundo relatos que ouvi, boa parte das clínicas e fazendas terapêuticas para dependência química são mais liberais no que se refere ao tabaco. Hospitais e clínicas com orientação psiquiátrica em sua maioria são "FUMO ZERO, mas em geral oferecem tratamento para reduzir sintomas de abstinência da nicotina , que tendem a ser mais intensos na primeira semana - "a pessoa pode ficar muito irritada ou ansiosa, ter dificuldades de concentração ou apresentar problemas para dormir. Pode também sentir mais apetite ou necessidade de comer mais para lidar com a ansiedade e até mesmo tristeza e depressão”. E pode ter muita fissura também.

E tem tratamento para parar de fumar?

Pesquisando imagens para ilustrar o post em um banco de imagens, fiquei impressionado em como aindaexistem fotos que celebram o glamour do hábito de fumar, eternizado por Rita Hayworth, no clássico "Nunca houve uma mulher como Gilda". O filme é da década de 1940 e provavelmente introduziu milhões de pessoas no mundo ao tabagismo. Somente na década de 1960, o Framingham Hearth Study trouxe à tona que o fumo estava vinculado à problemas cardíacos, pulmonares e neurológicos. Desde então o fumo tem sido combatido em múltiplas frentes. Políticas públicas são essenciais para que se colham resultados positivos neste aspecto.

O tratamento do tabagismo é multidimensional. O suporte psicoterápico é um elemento importante, bem como a decisão de parar de fumar ser acompanhada de mudanças do estilo de vida, procurando-se ter hábitos mais saudáveis. Nunca é demais dizer que a pessoa precisa estar determinada a parar de fumar - esta é uma questão fundamental, sem a qual outros esforços muito dificilmente terão êxito. Nos EUA , a irmandade dos Nicotine Anonymous tem ajudado muitas pessoas a superar a dependência, dentro do programa dos Doze Passos. A irmandade no Brasil funcionou por algum tempo, mas atualmente parece não estar em atividade.


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E quanto aos remédios?

O tabagismo conta com várias estratégias farmacológicas para seu tratamento. As Terapias de Reposição de Nicotina podem ser prescritas de várias formas ou apresentações: adesivos, goma de mascar, spray, etc. Alguns antidepressivos como a Bupropiona e a Nortriptilina parecem reduzir os sintomas de abstinência e a fissura. O medicamento mais específico para o tratamento da dependência à nicotina é a Vareniclina (Champix®). Porém, a Pfizer, fabricante do produto, suspendeu suas vendas no Brasil em 2021, por questões relativas à segurança de seu uso. É importante que a decisão de usar qualquer medicamento deve ser avaliada com seu médico de confiança. Auto-medicação, particularmente para adictos, é uma barca furada.

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